sexta-feira, 26 de outubro de 2012

FADO, NOME QUE NÃO ESQUECE

Escrevi teu nome na areia
Que a onda branca apagou
Nessas ondas qual sereia
O meu amor navegou
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E nas pedras da calçada
Por todos era pisado
A tua imagem sagrada
Ao teu nome está colado
/
Escrevi também nas estrelas
Esse nome que te deram
As nuvens brancas e belas
Logo ao passar o esconderam
/
Escrevi na terra molhada
E quando a terra secou
Teu nome nela gravada
De tão seca se quebrou
/
FADO; nome que não esquece
Quatro letras de tormento
No coração anoitece
Amanhece, no pensamento


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Maria de Lurdes Brás

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

MEU XAILE, TERÇO SAGRADO

Seja negro, ou doutra cor
Não sei cantar, sem o pôr
Sobre os ombros, pendurado
É o símbolo tradicional
Desta canção sem igual
Que é o nosso eterno fado

/

O meu xaile é um adereço
Como se fosse o meu terço
Quando canto, em oração
Por isso, o trago traçado
Ou nos ombros pendurado
Bem junto do coração

/

Suas franjas são as contas
E seguro as suas pontas
Quando, rezo o meu fado
E assim, minha voz elevo
Rezando com muito enlevo
Meu xaile, terço sagrado.


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Maria de Lurdes Brás