terça-feira, 28 de agosto de 2012

GIGANTE É A VERDADE

Há um mar que se agiganta, no meu peito
E ondas de saudade, que me ferem
Solto a voz na garganta, com meu jeito
E navego na liberdade, que me derem

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Passeio ali à beira, nessa margem
Na praia do meu sonho, onde me perco
E faço a grande feira, à minha imagem
E um muro risonho, com que me cerco

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Meu sono permanece, em mar bravio
Nessa onda gigante, onde me deito
Minha alma enlouquece, em desvario
Num Oceano distante e imperfeito

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E a gigante verdade, se desvia
Da rota do segredo, que há em nós
No mar da saudade, maré vazia
E na onda do medo, descanso a voz.

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Maria de Lurdes Brás