terça-feira, 31 de agosto de 2010

MARIA DO FADO

 Só sei que foi em Setembro
Era noite não me lembro
Era pequena de mais
Nasceu um pequeno ser
Foi alegria a valer
A felicidade dos pais

A infância foi repleta
A juventude, completa
Saúde, amor e carinho
Sonhava um dia cantar
Ganhei mais tarde um lugar
No fado tenho um cantinho

Já passaram alguns anos
Desilusões e enganos
Tristezas e alegrias
Tempestades e bonanças
Horas cheias de esperanças
Esperando  melhores dias

Vivo feliz no momento
Sem queixas e sem lamento
Nem coração magoado
Deus me permite a legria
Ter fado por companhia
Sou, a Maria do fado.

domingo, 29 de agosto de 2010

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

OLHOS VERDE MAR

Os teus olhos verde mar
Onde um dia mergulhei
Fizeram-me naufragar
Voltei à vida e sonhei

Naveguei nessas palavras
Amáveis, de enfeitiçar
A esperança que irradiavas
Nos teus olhos cor de mar

Numa brisa de frescura
O meu amor embalei
Eram ondas de loucura
Onde um dia mergulhei

Verde é a cor da esperança
A cor que nos faz sonhar
Esses sonhos de criança
Fizeram-me naufragar

Perdi-me no teu olhar
Por ele me apaixonei
Nesses olhos verde mar
Voltei à vida e sonhei.

Uma homenagem ao meu marido e ao meu filho: os dois têm olhos verdes.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aniversário Academia Recreio Artistico ( 155 anos )

Mais um aniversário da Colectividade Federada Nº 1 da Federação das Colectividades, uma tarde animada, a presença de alguns sócios e amigos e fado, e ainda a presença dessa grande Senhora Anita Guerreiro.


QUEM SOU EU, NÃO SEI

Sou filha da noite escura
Passo os dias à procura
De quem me dê um carinho
Serei coisa em vez de gente
Qual foi a minha semente
Quem traçou o meu caminho

Serei verso de um poema
Personagem de uma cena
Sonho ou realidade
Sou gaivota sem voar
Andorinha sem ter lar
Sou mentira ou sou verdade

Sou talvez folha caida
Dessa árvore ressequida
Que o vento p'ró chão lançou
Pequena flor orvalhada
Sou tudo não sendo nada
Morro, sem saber quem sou.

Gravado em C.D por Joana Veiga

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CAIS DA VIDA

Fiz da noite a minha casa
Fiz da lua o meu telhado
Das estrelas fiz a luz
O calor do sol é brasa
Na fogueira do meu fado
Iluminei minha cruz

Minha cruz de desalentos
Meu rosário de tristezas
Minha mágoa de saudade
Vida de agitados ventos
Inverno de incertezas
Primavera de ansiedade

Nau perdida no mar alto
P'la tempestade arrastada
Sem tábua de salvação
Esperança em sobressalto
Fica comigo amarrada
No cais do meu coração.

Gravado em C.d pelo fadista Afonso Oliveira